sexta-feira, 6 de junho de 2014

Três Pilares de Sustentação

     Alguém, em suas cogitações, teria formulado a seguinte questão: para onde vamos depois da morte? Ao que a intuição revelara: para onde teu conhecimento de levar. Evidentemente que se trata de conhecimento vivencial, não de apenas livresco e teórico. De certo modo, diante dessa resposta o consulente é levado à consideração de três domínios importantes: ciência, filosofia e religião, ou melhor dito, religiosidade. Daí que, a ciência trabalha com método; só que a vida não se resume ao puramente racional; ela requer a consideração de valores e, estes, são de domínio da religiosidade; enquanto a filosofia trata das questões profundas no auxílio tanto da ciência como da religião. Assim, da ciência deriva a tecnologia, que é a parte da ciência aplicada. Só que a tecnologia isola o ser. É o que presenciamos atualmente: o individualismo exacerbado. 

     Os três pilares: ciência, filosofia e religião (religiosidade), constituem como que as três vias pelas quais o espírito do homem se eleva para a contemplação da verdade. Essa busca, esse desejo pela verdade está no espírito do homem desde sempre e, uma vez encontrando a verdade, o homem pode chegar a conhecer à si próprio. Aliás, a recomendação "conhece-te a ti mesmo" estava inscrita no templo de Delfos, para testemunhar uma verdade basilar que deve ser assumida como regra mínima de todo homem que dese distinguir-se, no meio da criação inteira, pela qualificação de "homem", ou seja, enquanto "conhecedor de si mesmo". Basta um simples olhar pela história antiga para ver com toda a clareza como surgiram simultaneamente, em diversas partes da terra animadas por culturas diferentes, as questões fundamentais que caracterizam o percurso da existência humana: Quem sou eu? De onde venho e para onde vou? Por que existe o mal? O que é que existirá depois desta vida? Essas perguntas encontram-se também nos escritos sagrados de Israel, nos Vedas e no Avestá; são encontradas tanto nos escritos de Confúcio e de Lao-Tse, como na pregação de Tirtankara e de Buda; e assomam ainda quer nos poemas de Homero e nas tragédias de Eurípedes e Sófocles, quer nos tratados filosóficos de Platão e Aristóteles. São questões que têm a sua fonte comum naquela exigência de sentido que, desde sempre, urge no coração do homem: da resposta a tais perguntas depende efetivamente a orientação que se imprime à existência, ou seja: onde teu conhecimento de levar!

   

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