sexta-feira, 20 de junho de 2014

Verdade e Conhecimento

     Segundo Mahatma Gandhi, "Onde está a Verdade está, também, o conhecimento que é verdadeiro. Onde não está a Verdade não podemos encontrar o conhecimento verdadeiro. Somente a devoção a Verdade justifica nossa existência. A Verdade deve ser o centro de toda a nossa atividade. Ela deve ser o sopro de nossa vida. Quando o peregrino chega a esta etapa do caminho que percorreu, ele descobre sem nenhum esforço as outras regras da vida e aí se amolda instintivamente. Mas sem Verdade será impossível observar na existência algum princípio ou alguma regra. Crê-se, de forma geral, que para seguir a lei da Verdade é suficiente dizer a verdade. A Verdade deve manifestar-se em nossos pensamentos, em nossas palavras e em nossas ações. Para aquele que realizar a Verdade em toda sua plenitude nada mais resta a aprender, pois todo o conhecimento está necessariamente ligado à verdade. O que não estiver neste campo não é Verdade e, consequentemente, não é conhecimento verdadeiro. Ora, não podemos ter paz interior sem o conhecimento verdadeiro. Uma vez que apliquemos tal critério infalível da Verdade, poderemos discernir, imediatamente, o que vale a pela ser feito ou ser visto ou ser lido. Mas como realizar esta Verdade, que lembra um pouco a pedra filosofal? Chega-se, diz-nos a Bhagavad Gita, a uma devoção a qual se consagra todo o espírito e a uma indiferença a todos os outros interesses que a vida pode oferecer. Entretanto, apesar de toda essa devoção, o que parece verdade a um parece frequentemente um erro a outro. Que isto não turbe a procura. Se fizermos um esforço sincero, poderemos perceber que as verdades diferentes na aparência são inúmeras folhas que parecem diferentes mas que são de uma mesma árvore. Não há nenhum defeito naquele que procura a Verdade baseado em suas próprias luzes. É mesmo um dever de cada um de nós. Quando o achado aí se conforma, todo erro que se teve nesta procura da Verdade se corrige, automaticamente. Pois tal procura necessita de etapas, da austeridade voluntariamente aceita, que pode, às vezes,levar até à morte. Ela não deixa nenhum lugar para qualquer pequena sombra de preocupações pessoais interessadas. Nesta procura desinteressada da Verdade não pode haver desvio. Desde que se desvie para o mau caminho, tropeça-se e novamente se volta ao bom caminho. A busca da verdade é verdadeiro Bhakti (devoção). É o caminho que leva a Deus. Não se encontra aí lugar para a covardia nem para a derrota. É o talismã que faz, da morte mesma, a porta de entrada para a vida eterna. Dessa forma, como seria importante se todos, jovens e velhos, homens e mulheres, se consagrassem à Verdade, quando acordados, enquanto trabalham, comem, bebem ou se divertem, até que a dissolução de nosso corpo faça com que nos unamos à Verdade! Deus como Verdade é para mim um tesouro inestimável; possa Ele sê-lo também para cada um de nós!". Pois bem: muitos pensam que a pesquisa científica, que busca a verdade, é uma atividade puramente racional, na qual o objetivismo lógico é o único mecanismo capaz de gerar conhecimento. Contudo, a realidade não é bem assim, pois o misticismo tem um papel fundamental no processo criativo de vários cientistas, tanto do passado como do presente. Negar este fato é fechar os olhos para a história e para um aspecto fundamental da ciência.

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