sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Metodologia da Ciência

     Há consenso de que o que caracteriza a ciência é a possibilidade de refutação, o que não ocorre com o mito. Com efeito, segundo Fustel de Coulanges "A história não estuda apenas os fatos meteriais e as instituições; seu verdadeiro objeto de estudo é a alma humana; a história deve propor-se a conhecer o que essa alma acreditou, pensou e sentiu nas diferentes idades da vida do gênero humano.", o que parece aplicável, nas devidas proporções, também, ao Direito. De modo que qualquer empecilho que se coloque será inconsistente. Contudo, há os que sustentam que tanto a História como o Direito é ciência e há os que sustentam o contrário. Essas opiniões se assentam e são aceitas, sem que se dê maior atenção ao problema. No entanto, a questão é interessante e merece melhor análise. Entre os especialistas, considerados como um grupo, quase nada se tem feito no sentido de esclarecer a posição dos trabalhos históricos e jurídicos diante da ciência e dos chamados métodos científicos. Assim, como profissionais, situam-se entre as ciências e as humanidades, mais propensos a inclinar-se em favor destas, muito conscientes da dicotomia entre ciência natural e estudos humanísticos. De um lado, há uma espécie de convicção arraigada de que a História e o Direito não se comparam à ciência; de outro, a certeza de que a História e o Direito não são artes. Daí a tendência a afirmar que são disciplinas sui generis, cujo método, também peculiar, nasce do trato dado pelos historiadores e juristas aos fatos que investigam. Ora, valeria a pena salientar que o início de um estudo é sempre difícil, orientado por algumas leituras ocasionais e ditado por preferências nem sempre explícitas. Lentamente, porém, o interessado poderá delimitar mais claramente a sua área de investigação e passar para as obras representativas do setor escolhido. Depois de um primeiro contato, superficial, com a matéria, vem o desejo de continuar. Se assim acontecer, o que se recomenda é o contato imediato com uma boa revista do assunto e as questões, daí em diante, se tornam, gradativamente, mais fáceis. Desse modo, a melhor forma de penetrar nos terrenos científicos dessas disciplinas, ganhando boa visão do tem despertado a curiosidade dos especialistas, requer a) contato com artigoss de periódicos; b) conhecimento das discussões travadas nos congressos e simpósios e c) análise, mais minuciosa, das obras de alguns autores contemporâneos.

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