sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Há Possibilidade do Nexo




 O homem é habitante de um espaço artificial comum a todos conhecido por mundo. Os assuntos humanos são expressos pela relação de dominação do homem pelo homem, o que significada afirmar uma relação de mando e obediência, uma espécie de guerra que transcorre no âmago da sociedade - todos os homens são adversários de alguém.
De modo que as leis surgiram com o advento das guerras. Para Foucault [...] “a lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seu herói de horror; a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. [...]”.  Então a lei não é pacífica há um silêncio no arcabouço violento do ato fundador.
Assim um feixe de elementos como coragem, medo, desprezo, ódio, derrotas e vitória, fracassos e êxitos, corpos, paixões, edificam a sociedade. Sociedade que segundo Hannah Arendt [...] “espera de cada um dos seus membros certo tipo de comportamento, impondo inúmeras e variadas regras, todas elas tendentes a “normalizar” seus membros, a fazê-los comprometerem-se, a excluir a ação espontânea [...]”.  Ora no momento em que a sociedade se “normaliza”, ou seja, quando o comportamento se torna padrão o homem dá lugar ao sujeito – aquele que acata e nada decide.
Logo se torna patente o nexo entre sociedade normalizada, experiência da lei e sujeito. Certamente em tal contexto o sujeito fica compelido a se apresentar integralmente diante da totalidade da lei e esse entregar-se integralmente à lei significa respeitar a lei não porque é justa, mas, simplesmente porque é lei.


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