O homem é habitante de um espaço artificial
comum a todos conhecido por mundo. Os assuntos humanos são expressos pela relação
de dominação do homem pelo homem, o que significada afirmar uma relação de
mando e obediência, uma espécie de guerra que transcorre no âmago da sociedade
- todos os homens são adversários de alguém.
De
modo que as leis surgiram com o advento das guerras. Para Foucault [...] “a lei
não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores;
a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que
têm sua data e seu herói de horror; a lei nasce das cidades incendiadas, das
terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que
está amanhecendo. [...]”. Então a lei
não é pacífica há um silêncio no arcabouço violento do ato fundador.
Assim
um feixe de elementos como coragem, medo, desprezo, ódio, derrotas e vitória,
fracassos e êxitos, corpos, paixões, edificam a sociedade. Sociedade que segundo
Hannah Arendt [...] “espera de cada um dos seus membros certo tipo de
comportamento, impondo inúmeras e variadas regras, todas elas tendentes a
“normalizar” seus membros, a fazê-los comprometerem-se, a excluir a ação
espontânea [...]”. Ora no momento em que
a sociedade se “normaliza”, ou seja, quando o comportamento se torna padrão o
homem dá lugar ao sujeito – aquele que acata e nada decide.
Logo
se torna patente o nexo entre sociedade normalizada, experiência da lei e
sujeito. Certamente em tal contexto o sujeito fica compelido a se apresentar integralmente
diante da totalidade da lei e esse entregar-se integralmente à lei significa respeitar
a lei não porque é justa, mas, simplesmente porque é lei.
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