sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Política: Apologia da Época Moderna

     "Discurso sobre a História Universal é um curso de história geral, escrita para a instrução do Dauphin. Ele viaja o tempo desde a criação até o tempo de Carlos Magno. Depois de um resumo cronológico dos principais acontecimentos, na primeira parte, intitulada "eras", Bossuet narra em "A suíte da religião", estágios da expansão cristã, desde Moisés até o triunfo da Igreja. Na terceira parte, "Empires", Bossuet estudando antigos impérios, analisa as causas de sua grandeza e sua decadência, sua unificação pelos romanos, o que facilita a propagação do Evangelho. Explicando todos os eventos, no plano divino, do triunfo do cristianismo, o livro é, apesar da riqueza de informações apresentadas, ao inés de um historiador do que um teólogo comprometido com a educação do príncipe, como sugere que este discurso de abertura: "Quando a história seria inútil aos homens, ele deve tê-lo lido para os príncipes. Não há melhor maneira de conhecer-lhes o que podem as paixões e interesses, tempos e circunstâncias, tanto bons quanto maus conselhos." Jacques Begnine Bossuet nasceu em 27 de setembro de 1627, na França. Nasceu em família de magistrados, em Dijon, onde recebeu educação no colégio jesuíta. Foi autor de 'La Politique tirée de l'Écriture sainte", publicada postumamente em 1709, na qual defende a teoria do Direito divino dos reis justificando que Deus delegava o poder político aos monarcas, conferindo-lhes autoridade ilimitada e incontestável. E o caso mais exemplar de governante que se serviu das idéias de Bossuet foi Luís XIV de França, chamado "Rei Sol". Bossuet está ciente das diferenças entre a política dos antigos e dos modernos. Ele sabia que as repúblicas da antiguidade valorizavam a coragem que é a virtude do patriota e que realizada em baixa estima independente da vida privada e da proteção das atividades de aquisição e de permuta. Com efeito, os egípcios dizem que os gregos aprenderam "a ser dócil e se deixar formar por lei para o bem público", graças a "excelente política". Os egípcios e os gregos entendiam que uma sociedade não pode ser uma simples adição de "indivíduos que só pensem em seus negócios e que não sentem os males do Estado na medida em que eles próprios sofrem ou que sua família é perturbada". Porque a cidade sentia ameaçada de perder sua independência e os cidadãos que a compõem são menos do que os homens. É por isso que os gregos foram instruídos a assistir a sua família como parte de um corpo maior que era o corpo do Estado. Para eles a perfeição civil, nem a delicadeza de maneiras ou a deferência mútua torna os homens sociáveis. Sabiam que essas qualidades - que para os modernos estão no auge e onde veem a mais elevada perfeição da civilização humana - sempre acompanhada por um afrouxamento dos laços cívicos e da coragem, bem como a renúncia a tal direito de investigação conjunta que distingue os homens dos animais. A perfeição política não era, portanto, para os gregos, o polimento natural de ferocidade do homem a ensiná-lo a conviver pacificamente com os semelhantes e seus bens; era a capacidade da cidade para formar bons cidadãos, como membros do Estado e de governar a si mesmos, ajustando sua conduta na justiça racional após a deliberação comum. É precisamente por esta submissão a uma lei razoável e reconhecida por todos que os gregos definiram a liberdade; graças a esta subjugação, afirma Bossuet, os povos antigos foram capazes de evitar que "os homens tivessem poder entre eles". Os magistrados não eram obedecidos por serem servos e instrumentos da razão contida na lei: esta última é que elabora, estabelece regras e seu poder "castigava a má administração". Enfim, Bossuet sabe das vantagens de tal política (os cidadãos, segundo ele, "gostam especialmente de seu país enquanto dirigem em comum e que cada indivíduo poderia alcançar as honras primeiro"; ele também sabe os defeitos da licença quando, como em Atenas, as leis não são fortes o suficiente para impedir as pessoas de agir em sua fantasia e que o mais importante, como em Esparta, é a rigidez da moral e "eu não sei fazendo espíritos ferozes, orgulhosos e atraente".

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