sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A Mulher e a Autonomia Intelectual

     Como sustentaram José Américo: "Há sempre uma mulher no íntimo de todas as grandes coisas."; e Hazel Henderson: "Os cientistas também fazem notar que é ilógico pensar que a repetição de um experimento similar possa conduzir a resultados não-similares.". Sendo assim, é perceptível que a mulher conseguiu notáveis avanços, em todos os domínios. Só que ela tem um problema a resolver, qual seja o de construir uma doutrina própria. Por séculos, ela vem seguindo os fundamentos teóricos masculinos, os quais seguem o princípio da competição; ao passo que os fundamentos teóricos femininos seguem o princípio da cooperação. A lógica masculina, da competição, vem por séculos se impondo e ganhou mais intensidade desde a idade moderna. Ela trabalha com a ideia de esgotamento, basta ver o que acontece com a questão ambiental e com a da economia; ao final, ela gera consequências de insatisfação e não resolve os conflitos. Daí que a sugestão da prática de esportes como instrumento para combater a violência tem se revelado inadequada. Os resultados estão aí, visíveis. A feminina gera conforto, equilíbrio. O que se propõe não é a oposição entre uma e outra, porque se assim fosse, acabaria caindo no mesmo resultado - competição - só o nome teria mudado, a prática não e isso não interessa. Então, o que se imagina é a perspectiva de complementariedade entre ambas. Tanto a competição como a cooperação são essenciais nas sociedades humanas. Por esse viés de entendimento, é bem provável que cheguemos ao pensamento esboçado por Vaclav Havel, de que: "Na atualidade, o mais importante, na minha opinião, é estudar os motivos pelos quais a humanidade nada faz para afastar as ameaças que tão bem conhece, e porque ela se permite ser conduzida por um tipo de movimento permanente. Não é suficiente inventar novas máquinas, novas regulamentações, novas instituições. É necessário mudar e melhorar nossa compreensão acerca da verdadeira finalidade de nossa existência e o porquê de estarmos neste mundo. É somente com essa nova compreensão que poderemos desenvolver novos modelos de comportamento, novas escalas de valores e metas e, consequentemente, investir nas regulamentações globais, tratados e instituições com um novo espírito e significado." Desse modo, com a construção de uma doutrina feminina, fundamentada no princípio da cooperação, interagindo com a masculina, fundada esta no princípio da competição, terá sido criado um novo sujeito pensante e a sociedade terá atingido o justo meio. É evidente que a competição não é de todo nociva; e só precisa de uma parceria.

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