domingo, 2 de outubro de 2016

Confúcio e a Moral

     Filósofos interessados no campo da moral geralmente podem ser divididos em dois grupos: 1º) aqueles que se interessam pela essência moral; 2º) e aqueles que se interessam pelos atos morais. Confúcio com certeza tem mais a dizer sobre a essência moral do que sobre atos morais. Mesmo assim isso não significa que a correção dos atos seja, em última instância, desimportante dentro da sua filosofia. Significa, sim, que em qualquer apreciação da filosofia dele é razoável começar com suas visões sobre a essência da moralidade. Confúcio (551-479 a.C.), embora tivesse origens nobres, nasceu em circunstâncias bastante humildes no reino de Lu, na atual Shantung, em uma época em que o domínio imperial estava em declínio. Pregava uma filosofia moral que tinha o homem como peça central. Para ter responsabilidade moral, ele acreditava, um homem deve pensar por si próprio. Essa crença fez com que Confúcio desse tanta importância ao pensamento quanto ao aprendizado. Antes de ver o que ele tem a dizer sobre a essência moral, é conveniente falar sobre dois conceitos que eram correntes na época dele: o Caminho (tao) e a Virtude (te). A importância que ele atribuía ao Caminho pode ser percebida na seguinte observação: "Não viveu em vão aquele que morre no dia em que descobre o Caminho". Usado nesse sentido, o termo "Caminho" parece cobrir a soma total de verdades sobre o universo e sobre o homem; e não apenas do indivíduo, também do Estado diz-se que possui ou não o Caminho. Ele descrevera qua a tarefa de cuidar das pessoas como algo difícil até mesmo para os sábios. Dizia ele, o Caminho como se trata de algo que pode ser transmitido de professor para discípulo, é necessariamente algo que pode ser colocado em palavras. Entretanto, há um outro sentido, ligeiramente diferente, no qual o termo é usado. O Caminho é dito, também, como sendo o caminho de alguém, por exemplo, "os caminhos dos antigos reis", ou "o caminho do Mestre". O Caminho, então, é um termo altamente subjetivo e se aproxima muito do termo "verdade", tal como é encontrado nas escrituras filosóficas e religiosas do Ocidente. Quanto ao segundo - a Virtude - trata-se de algo que alguém cultiva e que permite a tal pessoa governar bem um reino. E uma das coisas que causava preocupação a ele era, de acordo com ele próprio, seu fracasso em cultivar a própria virtude. Ele também disse que, se um homem guiasse o povo por meio da virtude, o povo não apenas reformaria a si próprio como desenvolveria um sentimento de vergonha. Com isso, é lícito concluir que o governante deve unir os dois conceitos, ou seja: seguir o caminho virtuoso.

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