Felizmente, desde sempre há constante preocupação com o conhecimento: ele fascina. E cada educador buscou dar a própria contribuição. Dentre tantos, Protágoras, por exemplo (em grego antigo: Πρωταγόρας; Abdera, c. 490 a.C. — Sicília, c. 415 a.C.[1]) foi um sofista da Grécia Antiga, , como celebridade por cunhar a frase:"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.", sustentara, segundo Rodolfo Mondolfo, que: "Posto que todo conhecimento da realidade é relativo ao sujeito, não se pode obter mudança no conhecimento que não seja por meio de mudança no sujeito, isto é em sua disposição interior. Tal como o agricultor só pode melhorar os resultados de suas colheitas se modifica as condições orgânicas das plantas exercendo ação direta sobre elas, que são as que devem produzir os frutos, e não sobre os frutos, que são o que são em correspondência com o estado das plantas produtoras; ou tal como o médico, que pode mudar o desgosto experimentado pelo enfermo a respeito do alimento, em gosto semelhante ao que sente o homem sadio, utilizando não já raciocínios para convencer o enfermo da falsidade de suas impressões, alteradas pela enfermidade, mas medicamentos que modificam seu estado orgânico, fonte e causa das impressões que experimenta; assim, o educador deve dirigir suas vistas para o hábito espiritual subjetivo do qual dependem as percepções e valorizações, as tendências e ações de seu educando, e esforçar-se por influir sobre elas atuando sobre sua causa, isto é, modificando o hábito do qual procedem, antes que trabalhar em vão por refutá-las como falsas e demonstrar a verdade das contrárias. [...] E assim, também, na educação é preciso produzir a mudança de um hábito em outro melhor." Michel Miaille, em sua "Uma Introdução Crítica ao Direito", ao apresentar seu livro, adverte: "Tal objetivo é, em primeiro lugar, pedagógico: trata-se de convidar aquele que inicia o estudo do direito a uma reflexão sobre aquilo que vai fazer. [...] Há, aparentemente, alguma lógica nesta posição: como poderia um neófito refletir sobre aquilo que não conhece ainda? Primeiro, é preciso aprender; poder-se-á, em seguida refletir. [...] Comecemos por um relembrar de vocabulário que fará compreender melhor o alcance da tarefa. Introduzir é um termo composto de duas palavras latinas: um advérbio (intro) e um verbo (ducere). Introduzir é conduzir de um lugar para outro, fazer penetrar num lugar novo. Ora, ao contrário do que se poderia facilmente pensar, esta deslocação de um lugar para outro, este movimento, não pode ser neutro. Não há introdução que se imponha por si mesma, pela lógica das coisas. Tomemos um exemplo para nos convencermos desta afirmação. A visita a uma casa desconhecida, sob a orientação de um guia, é sempre uma estranha experiência: o guia introduz-nos na casa, faz-vo-la visitar, faz-vos, de facto, descobrir as suas diferentes divisões. Mas há sempre portas que permanecem fechadas, zonas que se não visitam, e, muitas vezes, uma ordem de visita que não corresponde à lógica do edifício. Em suma, vocês descobriram essa casa "de uma certa maneira": essa introdução foi condicionada por imperativos práticos e não necessariamente pela ambição de dar um verdadeiro conhecimento do edifício. É, aliás, admissível que, se vocês conhecessem bem o guarda, tivessem podido passear sem restrições na casa, abrir as portas proibidas e visitar as zonas fechadas ao público. Em resumo, teriam um outro conhecimento dessa casa, porque teriam aí sido introduzidos de forma diferente. Quer dizer, então, se vocês fossem um dos habitantes dessa casa? Conhece-la-iam "do interior" - conheceriam os seus recantos familiares, as escadas ocultas, o desgaste produzido pelo tempo e a atmosfera íntima. Tudo se passa com se, nas três hipóteses que acabamos de imaginar, não houvesse uma casa, mas três edifícios, no fundo muito diferentes pelo conhecimento que temos deles.". Também, Paulo de Barros Carvalho, neste pequeno fragmento, descrevera: "Decompondo-se o fenômeno do conhecimento, encontramos a linguagem, sem o que o conhecimento não se fixa nem se transmite. Já existe um quantum de conhecimento na percepção, mas ele se realiza mesmo, na sua plenitude, no plano proposicional e, portanto, com a intervenção da linguagem. "Conhecer", ainda que experimente mais de uma acepção, significa "saber proposições sobre". Conheço determinado objeto na medida em que posso expedir enunciados sobre ele, de tal arte que o conhecimento se apresenta pela linguagem, mediante proposições descritivas ou indicativas.".
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