domingo, 12 de fevereiro de 2017

História da Educação Moderna


     Um livro riquíssimo, que vale a pena estudar, sob o título, História da Educação Moderna, de Frederick Eby (1874-1968), traduzido por Maria Angela Vinagre de Almeida, Nelly Aleotti Maia e Malvina Cohen Zaide, professores da Faculdade de Educação da UFRJ, publicado pela Editora Globo, em 1976,  em convênio com o Instituto Nacional do Livro - MEC, trata da teoria, organização e práticas educacionais. 
     "Do alvorecer do Humanismo aos currículos escolares atuais, do movimento científico do século XVI à psicologia genética de Stanley Hall, da Reforma protestante à democratização do ensino, da revolução industrial e consequentes reivindicações à escola pública para todos: os grandes progressos humanos examinados em seus processos de interação social e sua repercussão pedagógica - eis a obra de Frederick Eby, descortinando para o leitor o panorama da educação moderna. Poderíamos dizer, sem exagero, que é uma história da cultura, tal o âmbito dos problemas tratados e o nível em que são abordados.
     Ao tratar da evolução da educação moderna o autor não se restringe ao desenvolvimento histórico linear dos problemas, ao contrário, entrelaça os diversos movimentos, autores e doutrinas, avaliando-os filosoficamente. Outro ponto digno de atenção é que poucos livros de História da Educação se estendem até os dias atuais - a dificuldade de analisar a própria época tem intimidado os autores. O Professor Eby, porém, ousou penetrar no conjunto de movimentos que surgiram no início do século XX para com eles familiarizar os estudantes. Esse livro, apresenta-se, de certa forma, como um apelo no sentido da resolução de problemas cruciais da nossa época: a segregação racial, a educação religiosa, a educação sexual e outros. A crise atual tem raízes históricas; embora sua busca seja proveitosa e interessante e a solução almejada só poderá advir com o aperfeiçoamento da conduta humana, ou seja, uma melhor educação axiológica da educação. O grande desvelo posto na seleção dos dados, o número de autores a que se recorreu, as citações que o documentam, tornam este livro uma obra digna de confiança, recomendando-se seu resgate e sua leitura, ao mesmo tempo, a alunos e professores de História e Filosofia da Educação. Nenhum estudante de Educação pode, realmente, prescindir da análise histórica que esclarece o fato presente pelo conhecimento do passado. A posição do Autor não chega a ser revolucionária, mesmo assim ele se destaca por colocar o fato educacional exatamente no âmago de todas as grandes modificações que ocorreram no passado e caracterizaram épocas, reconhecendo assim o verdadeiro papel da educação na evolução social do homem. Baseia-se, implicitamente, no fato de que a educação é afetada pelas crenças, costumes e instituições dominantes numa sociedade e de que, por sua vez, afeta esta mesma cultura, transformando-a, constituindo, assim, uma força propulsora do progresso.", pontua a resenha. 
     De fato este livro é dos mais belos e profundos entre quantos já se tenham escrito sobre ensino e a sua arte. Todos os mestres (e, principalmente, os de ensino secundário e superior), bem como todos os planejadores educacionais, com estas páginas se deliciarão. É de supor que não haverá um só que, neste ou naquele trecho, não se detenha para recordar fatos, situações e pessoas ou, ao contato do texto, não passe a meditar sobre o valor real e o alcance de suas aulas, de seu trabalho ou ainda que, assim reencontrando em seu íntimo o que parecia perdido, não aflore a convicção da grandeza humilde de seu próprio trabalho e anime-se a cada vez mais com essa tarefa.

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